Fundos 163 - Antônio da Silva Pessoa Filho

Antônio da Silva Pessôa Filho nasceu em 1º de outubro de 1892, no Recife, Pernambuco, na antiga Rua da Concórdia. Filho de Antônio da Silva Pessôa, Presidente da Paraíba (1915-1916), e de Margarida de Assunção Santiago, ele era parente de figuras políticas de grande relevo, sobrinho de Epitácio Pessôa, futuro Presidente da República, e primo de João Pessôa Cavalcanti de Albuquerque, presidente do Estado da Paraíba (1928-1930) e candidato a vice-presidente da República na chapa de Getúlio Vargas em 1930.
Sua formação inicial ocorreu em Pernambuco, onde estudou no Lyceu Pernambucano e no Ginásio Pernambucano entre 1900 e 1910. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1910, concluindo os preparatórios no Colégio Abílio, onde obteve o grau de bacharel em Ciências e Letras. Formou-se em Ciências Jurídicas pela Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro em 1914.
Em 1915, retornou à Paraíba junto com seu pai, que assumiria a presidência do estado. Nesse mesmo ano, Antônio Pessôa Filho iniciou sua carreira pública como oficial do Gabinete do Presidente do Estado. Sua ascensão política foi rápida: em dezembro de 1915 foi eleito deputado estadual e, em outubro de 1916, foi nomeado Prefeito da Capital, cargo que não assumiu devido ao mandato legislativo.
O falecimento de seu pai em 31 de outubro de 1916 marcou um período de estadia em Umbuzeiro, terra natal da família. Pessôa Filho retornou à cena pública em 1917, assumindo brevemente a prefeitura da capital e, em seguida, sendo investido como chefe político de Umbuzeiro pelo Partido Republicano da Paraíba (PRP), função antes ocupada por seu pai. Foi reeleito deputado estadual em 1918, mandato que exerceu até 1920.
A partir de 1919, sua atuação tornou-se intimamente ligada à trajetória do tio, Epitácio Pessoa. Naquele ano, foi delegado do PRP na convenção nacional que escolheu Epitácio como candidato à Presidência da República. Em 1920, foi nomeado Secretário Geral do Estado da Parahyba e, no ano seguinte, indicado candidato a deputado federal.
Sua contribuição mais duradoura, no entanto, foi como secretário pessoal, procurador e principal guardião do legado de Epitácio Pessoa. De 1922 até a morte do tio em 1942, dedicou-se a organizar o seu arquivo pessoal. Foi o responsável pela primeira versão do acervo em 1922 e, posteriormente, pelo trabalho que viabilizou a publicação das Obras Completas de Epitácio Pessoa (INL/MEC, 1950-60), coroando quatro décadas de dedicação à preservação de sua memória.
Em 24 de janeiro de 1958, concretizou outra etapa desse projeto ao doar ao Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (IHGP) o arquivo de seu pai, Cel. Antônio Pessoa, e de seu primo, João Pessoa. Sua contribuição na preservação e guarda da memória familiar fora coroada em 1962, quando a pedido do Tio, a sua prima Laurita Raja Gabaglia entregou ao IHGB o Arquivo de Epitácio Pessôa (AEP) que tanto se dedicara em organizar ao longo da vida. O seu trabalho de preservação da memória/história do tio e, por extensão, da família, fez com que Laurita dedicasse a biografia oficial do pai à Antônio Pessôa Filho que, em suas palavras, conhecia como ninguém a vida de Epitácio Pessôa. Antônio faleceu em sua residência, no Rio de Janeiro, em 4 de junho de 1968.